O sábado começou com a abertura do Grupo B, quando a Grécia enfrentou a Coreia do Sul em Port Elizabeth. A expectativa para a partida se confirmou: a Grécia, com nítida deficiência na qualidade do meio-de-campo, abusava da ligação direta com o grandão lá da frente, Charisteas, o herói do Europeu de 2004. Já a Coreia confirmou a previsão de um jogo de correria. O resultado de 2×0 para os orientais foi definido em duas falhas individuais: uma de Charisteas, que ficou pregado numa cobrança de mini-escanteio e permitiu ao meia coreano escorar de canela para o gol escancarado. E no segundo, já temos um sério candidato a pereba da Copa, o grego Vyntra, que poderia muito bem se chamar Gladstonidis ou Alexandropoulos: apanhou da bola e permitiu o arranque e conclusão do técnico Jisung, que joga no Manchester United.
A se lamentar a absoluta falta de intimidade com a bola de quase todo o time grego; e a boa surpresa foi a qualidade no toque de bola e a consciência tática dos coreanos, que com a vitória por dois gols se credenciam fortemente a alcançar a segunda vaga do grupo, já que a primeira já parece destinada aos argentinos.
-=-=-=-=-=-=-=-=ARGENTINA x NIGÉRIA=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Quem encarou a Argentina na estreia foi a Nigéria, e parecia que seria massacrada. Depois de um início fulminante, onde Messi em cinco minutos já havia jogado mais que qualquer outro jogador na Copa até então, Heinze aproveitou um vacilo da zaga nigeriana e meteu de cabeça na gaveta, indefensável para o goleiro Enyeama, que foi o melhor em campo. A Argentina não jogou exatamente um futebol de encantar a ninguém, mas criou inúmeras chances, a maioria com Higuaín e Messi, e o goleiro africano brilhou.
Maradona fez uma linha de quatro zagueiros, deixou apenas Mascherano na proteção, e a Argentina chegava com frequência com cinco jogadores: Verón, Di Maria, Messi, Tevez e Higuaín. Este último esteve numa tarde infeliz, e também por isso o placar não foi mais elástico. Mas a Nigéria mostrou que a Argentina está longe de ser imbatível, e quando passou a acreditar que buscar o empate seria melhor que apenas evitar uma derrota por um placar dilatado, conseguiu criar boas chances, e por pouco não chegou à igualdade. O grupo caminha para um primeiro lugar da Argentina, com Coreia e Nigéria decidindo a vaga na rodada final.
-=-=-=-=-=-=INGLATERRA x ESTADOS UNIDOS=-=-=-=-=-=-
O Grupo C iniciou-se com o confronto entre os favoritos pelas vagas na próxima fase. E os Estados Unidos confirmaram a expectativa de fazer um jogo duro com a Inglaterra, que abriu o placar logo a três minutos numa descida de Gerrard pelo meio. O volante do Liverpool tabelou com Heskey e tocou na saida de Howard. O goleiro, aliás, fez grandes defesas, ao contrário do glorioso Green, que não honrou o nome nem a cor do uniforme, e papou um frangaço num chute de longe de Dempsey, ainda no primeiro tempo. Os ingleses, que não tiveram a ajuda de Carlos Simon, o ladrão de plantão, não tiveram forças para romper o sistema defensivo correto dos americanos, e ainda correram riscos em jogadas de Donovan e Altidore.
Com Gerrard e Lampard sobrecarregados, já que tem que fazer a proteção à zaga e ainda armar o time, já que Lennon é um ponta direita clássico e Milner, depois Wright-Phillips jogaram como bandeirinhas do lado esquerdo. Não dá para entender por que Fabio Capello não escala o talentoso Joe Cole pra tapar esse buraco. É mais um favorito que mostra fragilidades e limitações. Jogo de seleção é assim mesmo.
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