-=-=-=-=-=-=-=-=-=ARGÉLIA x ESLOVÊNIA=-=-=-=-=-=-=-=-=
O domingo começou muito mal, com dois jogos fraquíssimos. A velha história se confirmou: de onde menos se espera que vai sair alguma coisa, aí é que não sai mesmo. No jogo da manhã, Argélia e Eslovênia fizeram um jogo tétrico, modorrento, e seguiram a tendência desta Copa: times pouco entrosados, com poucas variações táticas, sem criatividade, e muita disciplina dos jogadores para se encaixarem nos esquemas quadradões montados por seus técnicos, que não tiveram tempo de montar times de verdade. O resultado foi um quase-zero-a-zero, que só foi alterado por mais um frangaço desta Copa: o goleiro argelino Chaouchi aceitou um chute de longe e fraco do esloveno Koren, aos 34 do segundo tempo.
Com um a menos, depois da expulsão boba do atacante Ghezzal, a Argélia não teve sequer chances de tentar o empate, e os eslovenos apenas esperaram pelo apito final para comemorarem a vitória e a liderança do grupo. Os destaques foram todos do lado da Argélia: Ghezzal entrou aos 13 do segundo tempo, levou um amarelo logo no primeiro lance por puxar a camisa do adversário, deu algum ânimo à partida com jogadas voluntariosas, mas acabou expulso aos 27, ao meter a mão na bola para interceptar um cruzamento. O lateral Belhadj, #3, foi o melhor em campo, o jogador que mais mostrou técnica e raça na partida; e a maluquice de um torcedor que subiu na torre do refletor sabe-se lá por que e fincou o pé. Pouco, para um jogo de Copa do Mundo.
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=GANA x SÉRVIA=-=-=-=-=-=-=-=-=-
O segundo jogo prometia mais, mas decepcionou: Gana e Sérvia abriram o Grupo D, num jogo fundamental para definir as pretensões das duas seleções para a sequência do torneio. E o panorama do jogo anterior prosseguiu: times amarrados, quadradões, presos a fortes esquemas defensivos e só descendo na boa. A Sérvia ainda buscou o gol com alguma insistência nos chutes de longe, mas nenhum dos arremates levaram algum perigo ao goleiro ganês. Já os africanos ficaram bem quietinhos o tempo todo, só esperando uma jogada isolada ou um erro dos sérvios. E ele viria…
A expulsão de Lukovic, aos 30, até que mexeu com o jogo, mas quem criou a melhor chance depois disso ainda foram os sérvios, num arremate de frente para o gol: depois da bisonha furada de Pantelic, uma bomba de Krasic que o filho do rei, Kingson, defendeu espetacularmente. Mas a covardia do técnico de Gana, um sérvio que ironicamente jogava contra seu país, foi premiada: aos 40 do segundo tempo, um tal de Kuzmanovic bateu a mão na bola dentro da área, e o juiz argentino meteu na cal: pênalti que Gyan Asamoah guardou, dando números finais ao jogo. Que chatice.
-=-=-=-=-=-=-=ALEMANHA x AUSTRÁLIA=-=-=-=-=-=-=-=
A esperança do domingo era mesmo o jogo entre Alemanha e Austrália. Ainda sob o efeito da divulgação da contratação de Felipão, assistimos ao que foi, de longe, o melhor jogo da Copa até agora. A Alemanha deu um show de bola, e não foi por fragilidade do adversário, mas sim por seus méritos totais. Com um toque de bola rápido, envolvente, comandados pelo jovem substituto de Ballack, o Freddie Mercury Prateado Özil, o time de Schweinsteiger, Lahm, Klose e Podolski chegou com naturalidade ao placar, buscando sempre o gol e valorizando a posse de bola.
Pareciam brasileiros. O toque de bola e a rapidez nem de longe lembravam que estavam em campo onze alemães. Isso mesmo depois da entrada do brasileiro naturalizado Cacau, que fechou o chocolate - trocadilho irresistível – ao marcar o quarto gol em seu primeiro toque na bola. A Austrália, que era brava e lutava para fazer frente aos alemães jogando bola e tentando ir à frente, parecia ter sentido demais os dois primeiros gols, de Podolski e Klose, ainda na primeira metade do primeiro tempo, e estava atordoada. O resultado de 4×0 foi um prêmio ao futebol impressionante dos alemães, e um castigo duro aos australianos, que não esperavam, como ninguém – que a Alemanha viesse tão forte. É uma seleção para se prestar muita atenção, principalmente no garoto Özil, que substituiu o mega-mala Ballack e aos 21 anos desponta como a maior revelação do torneio.
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